Turks e Caicos
são
territorio
britânico
consistindo
de dois grupos
de ilhas subtropicais
nas Índias
Ocidentais
no Caribe,
ao norte da
República
Dominicana.
As maiores
ilhas são
as Caicos
e as menores
as Turks,
conhecidas
pelo turismo
e pelo centro
financeiro
“offshore”.
A maior parte
de seus 36
mil habitantes
vive em Providenciales.
O vôo
de Miami foi
bem rápido,
só
uma hora e
meia passando
sobre locais
de águas
cristalinas
no Caribe.
Se tiver a
oportunidade
de viajar
nesta região
tente marcar
seu assento
em uma janela,
a vista vale
a pena!
Como sempre
antes de viajar
eu chequei
as imagens
das ilhas
no Google
Earth –
mas neste
caso eu não
sabia que
as fotos eram
muito antigas,
completamente
defasadas.
A região
foi devastada
em 2008 pelo
furacão
Ike, que destruiu
completamente
a ilha Grand
Turk e causou
enormes prejuízos
nas outras
ilhas. Depois
disso as ilhas
foram reconstruídas
e novos hotéis
construídos
– como
onde fiquei,
Grace Bay
Suites (www.gracebaysuites.com).
Sua localização
é excelente,
próximo
às
praias paradisíacas,
centros comerciais,
restaurantes
e um supermercado.
A locadora
de scooters
também
fica perto.
Depois de
pegar a scooter
programei
o modo de
dirigir à
esquerda no
meu cérebro
e fui explorar
o lado leste
da ilha. Não
comprei um
mapa detalhado,
pois pensei
que poderia
me virar bem
com os mapas
que costumam
dar nos hotéis
e revistas,
como fiz em
Nassau por
exemplo. A
ilha é
bem pequena,
uns 60 km
de ponta a
ponta –
e não
faria muita
diferença
se o mapa
não
mostrasse
as ruas menores.
Eu estava
errado, os
mapas gratuitos
são
muito estilizados,
mais ou menos
como se mostrassem
São
Paulo só
com as vias
expressas.
Não
foi muito
ruim, mas
eu me perdi
umas duas
ou três
vezes (me
conhecendo
até
que foi pouco).
Entrei em
terrenos onde
condomínios
estavam sendo
construídos
para procurar
por terrestres.
Estacionei
dentro de
um dos lotes
vazios e logo
vi exemplares
de Cerion
mortos no
chão.
Eram enormes!
Encontrei
um caminho
adentrando
a mata e achei
exemplares
vivos, mais
Hemitrochus
e Helicinas.
A parte leste
da ilha é
a mais povoada
e as ruas
e estradas
não
são
tão
ruins como
do lado oeste.
Já
estava escurecendo
então
voltei ao
hotel para
planejar o
dia seguinte.
O hotel era
melhor do
que imaginava
quando fiz
as reservas,
principalmente
comparando-se
o preço
com os outros
da mesma área
(alguns tem
diária
de mil e duzentos
dólares!).
Havia um minibar,
microondas
e até
internet.
Tudo bem que
a internet
não
funcionava
o tempo todo,
mas pelo menos
pude olhar
o Google Maps
para ver quais
seriam os
melhores lugares
para coletar.
Depois de
tomar um banho
e comer alguma
coisa no restaurante
em frente,
fui até
o supermercado
para comprar
comida para
o café
da manhã
e água
para levar
na moto durante
minhas explorações.
Levantei cedo
na manhã
seguinte e
fui direto
para o lado
oeste. Peguei
a estrada
errada (pois
é....)
e acabei perto
do aeroporto.
Para não
perder a viagem
eu segui por
uma estrada
de areia até
o alto de
uma colina
onde encontrei
alguns terrestres,
diferentes
dos que havia
encontrado
no dia anterior.
Depois de
encontrar
o caminho
certo segui
a Millennium
Highway (Highway
só
na cabeça
deles, é
uma estrada
esburacada
parcialmente
pavimentada)
onde entendi
o motivo de
tantas pessoas
alugarem veículos
off-road!
Na parte sem
asfalto a
moto pulava
tanto que
os espelhos
desrosquearam
do guidão!
Comecei dirigindo
devagar, mas
isso fazia
sentir mais
os buracos,
então
acelerei até
uns 50 km
e melhorou
um pouco.
Claro que
se eu acertasse
uma pedra
ou buraco
eu sairia
voando.
Cheguei a
uma bifurcação
na estrada
– vi
alguns carros
indo para
a direita
e o piso parecia
um pouco melhor
que a esquerda,
então
os segui.
Eles estavam
indo para
o resort NorthWest
Point –
diárias
a partir de
250.00 na
baixa temporada
até
700.00 –
para alguns
não
era tão
caro como
explicarei
depois. E
depois do
resort a estrada
piorou...
os únicos
veículos
que seguiam
em frente
eram quadriciclos.
Mas eu dei
um jeito e
continuei
o caminho
até
uma praia
que parecia
ser boa para
fazer snorkel.
Estacionei
a moto atrás
de alguns
arbustos e
cai na água.
De fora parecia
muito bom,
água
cristalina
com partes
escuras que
deduzi serem
corais e rochas.
Mas era apenas
alga e não
encontrei
nenhuma concha.
Tenho certeza
de que poderia
encontrar
muita coisa
à noite,
mas seria
arriscado
dirigir todo
aquele caminho
sozinho no
meio da noite.
Aliás,
este é
um problema
em minhas
viagens solo.
Depois de
mergulhar
muito tempo
à noite
eu fico cansado
e preciso
de alguém
para me manter
acordado no
caminho de
volta. Continuei
a estrada
até
um ponto onde
não
era mais possível
passar pela
areia.
Voltei então
ao hotel,
comi um sanduíche
e tomei uma
cerveja –
incrível
como tudo
parece muito
bom quando
se está
faminto! Conversei
com o gerente
que estava
me atendendo
e perguntei
onde seriam
os melhores
lugares para
mergulhar,
que não
fosse necessário
sair de barco.
Ele mencionou
que o melhor
seria a parte
oeste próxima
a um resort,
uma praia
no sul e o
parque nacional
próximo
ao meu hotel.
Tive que descartar
o parque para
evitar a tentação
de coletar
conchas junto
com uma ficha
criminal.
Chequei o
mapa e a melhor
opção
então
seria Cooper
Jack Bay no
sul. Era perto,
mas outra
vez a estrada
só
era pavimentada
parcialmente,
e a parte
que não
era estava
era pior que
a do dia anterior.
De alguns
pontos eu
podia ver
o mar e ilhotes
cercados de
pedras. Achei
um local que
havia sido
terraplanado
e entrei.
Encontrei
uma espécie
de Cerion
diminuta e
outras conchas.
Estacionei
a moto em
um local fora
de vista da
estrada e
entrei na
água
nadando em
direção
a um ilhote
a uns 400
metros da
praia. Coletei
algumas espécies
no caminho
e ao chegar
à ilha
subi com a
esperança
de encontrar
uma população
isolada de
Cerion como
aquelas que
encontrei
nas Bahamas,
mas não
achei nem
exemplares
mortos. A
vista da ilha
era fantástica
e vi que seria
possível
dar a volta
toda mergulhando
já
que o mar
estava calmo.
Encontrei
Murex pomum,
Fasciolaria
tulipa e alguns
Chitons na
parte de trás
da ilha, onde
as ondas batiam
com mais força.
Encontrei
também
alguns exemplares
grandes de
Cittarium
pica –
mas felizmente
eles estavam
corroídos
e furados
por vermes.
É,
felizmente
porque eu
não
estava a fim
de limpar
e carregar
aqueles trecos!
Na volta achei
algumas Volvarinas
embaixo de
pedras no
raso, o difícil
foi coletá-las
antes que
fugissem –
elas correm
bastante!
Eu juro que
pretendia
voltar para
mergulhar
à noite
– parecia
ser o local
ideal para
achar Olivas
e Marginellas.
Contudo, depois
que voltei
ao hotel,
almocei (às
5 da tarde)
e tomei um
banho quente,
o meu entusiasmo
não
era o mesmo.
O próximo
dia seria
meu ultimo
de coleta
– mas
aonde ir?
Fui até
a recepção
do hotel para
perguntar
quando teria
a internet
de volta (estava
sem funcionar
havia algum
tempo) e ao
chegar lá
aproveitei
e perguntei
se ele sabia
onde fazer
snorkel. Por
sorte ele
estava conversando
com um mergulhador
e ambos disseram
que o melhor
local era
em frente
ao resort
Amanyara do
lado oeste
(é,
eu teria que
pegar novamente
aquela estrada
detonada e
seguir pelo
lado pior
da bifurcação).
Eles me disseram
que seria
ideal entrar
pelo resort,
mas que dificilmente
eles deixariam.
Carreguei
a moto e dirigi
até
a bifurcação
– se
o lado que
eu havia entrado
antes era
ruim, este
era muito
pior! E para
piorar, eu
vi uma estradinha
à direita
e achei que
era para lá
que eu deveria
ir –
não
era. Eu percebi
que estava
errado quando
o mato começou
a aparecer
no meio da
estrada e
pedras maiores
também.
E a estrada
terminou na
praia, mas
não
no lugar que
eu queria.
Nessas horas
que torço
para não
furar um pneu
ou a moto
quebrar, já
que não
levo meu celular
quando vou
fazer snorkel.
Eu estava
completamente
isolado em
um local onde
ninguém
passa, se
algo me acontecesse
levaria horas
para chegar
a algum local
para pedir
ajuda.
Eu acabei
encontrando
o resort,
e ao chegar
lá
usei meu lado
ator para
convencer
o porteiro
a me deixar
entrar. Na
hora que ele
me viu com
as nadadeiras
presas na
moto ele já
adiantou que
o acesso à
praia era
exclusivo
para hóspedes,
mas eu disse
que só
queria conhecer
o lugar para
uma futura
estadia (hahaha).
Ao chegar
ao saguão
de entrada
uma funcionária
veio me receber
e disse que
faria um tour
comigo pelo
hotel em poucos
minutos. Perguntei
se poderia
tirar algumas
fotos enquanto
a esperava
e ela deixou,
contanto que
não
tirasse fotos
onde os hóspedes
estavam (eles
costumam receber
gente famosa).
Passando pela
piscina cinematográfica
eu cheguei
aos penhascos
que beiram
o mar. Neste
dia estava
ventando muito
e o mar estava
revolto. De
lá
eu vi a praia
ao lado onde
outra estrada
terminava
no mapa. A
funcionária
apareceu e
eu disse que
não
poderia ficar
muito tempo,
pois teria
que voltar
ao meu resort
(hahaha).
Ela me levou
para conhecer
o restaurante
e outras áreas
do hotel,
e depois para
um dos quartos
próximos
que estava
vago. O quarto
ficava em
um nível
mais baixo
que o caminho
onde estávamos
com o carrinho
elétrico.
Era um ambiente
todo cercado
de vidros
onde se via
uma cama de
casal no meio.
O banheiro
ficava em
uma área
fechada na
parte de trás.
Eu perguntei
se não
era muito
aberto e sem
privacidade.
Ela então
apertou um
botão
que fez uma
cortina fechar
o quarto até
ficar totalmente
escuro. O
preço?
Na baixa temporada
é só
mil e duzentos
dólares
por dia. Mas
pelo menos
eles não
cobram nada
que você
consumir no
frigobar,
nem as ligações
telefônicas,
viu só?
Este era o
mais simples.
Se você
quiser chamar
uns amigos
e ficar em
uma Vila com
5 quartos
e piscina
particular,
o preço
é de
15 mil dólares
por dia. Se
quiser fazer
suas reservas
este é
o site http://www.amanresorts.com/amanyara/resort.aspx
. Lembra que
eu disse que
o outro resort
não
era tão
caro por setecentos
dólares
por dia? Bem,
alguns hóspedes
do Amanyara
reservam quartos
neste outro
resort para
seus pilotos
dos barcos
ou jatinhos.
Eu nem pedi
para usar
a praia –
agradeci o
tour e me
dirigi para
a outra estrada.
Eu disse estrada?
Parecia um
campo minado
depois que
explodiram
as minas!
Eu parei no
topo do morro
onde a estrada
começava.
Um carro estava
fazendo manobra
para voltar
porque desistiu
de descer
aquele morro
esburacado
e cheio de
pedras. Eu
tomei fôlego
e desci o
barranco tomando
cuidado para
não
cair nas pedras
e sofrer um
“peeling”
corporal –
chegando a
salvo próximo
da praia.
Ali havia
algumas famílias
(que alugaram
Land Rover)
fazendo uma
farofinha
básica
embaixo de
um quiosque.
Vi que alguns
estavam com
equipamento
de snorkel
e sabia que
havia encontrado
o local certo.
Afastei-me
um pouco dos
turistas para
entrar na
água
– foi
um pouco difícil
já
que não
achei um local
onde poderia
entrar pela
areia. Tive
que escolher
um lugar onde
pularia as
rochas entre
as ondas.
Mergulhei
por quatro
horas, e no
fim estava
exausto –
não
só
pelo mergulho,
mas porque
o mar estava
agitado como
uma máquina
de lavar roupas.
Antes de sair
desci mais
uma vez e
virei uma
pedra –
achei um raro
Conus cardinalis!
Estava morto,
mas ainda
muito bonito.
Empacotei
as coisas
e comecei
a volta para
o hotel, rezando
para que a
moto sobrevivesse
o caminho.
Ainda bem
que levei
meus óculos
escuros para
proteger meus
olhos –
ao escurecer
os insetos
eram atraídos
pela luz da
moto e se
estatelavam
no meu rosto
e peito, alguns
entravam no
capacete e
ficavam zunindo
na minha orelha.
Cheguei moído
ao hotel e
devolvi a
moto, meu
vôo
seria no dia
seguinte então
fui dormir
cedo.
Pela manhã
fiz minhas
malas e chamei
um taxi para
o aeroporto.
Como cheguei
cedo despachei
a mala e fui
checar a mata
perto do estacionamento
do aeroporto.
Encontrei
mais Cerion
– só
que depois
de ficar de
shorts e chinelos
por vários
dias não
foi fácil
ficar de calça
comprida e
sapatos –
eu comecei
a pingar de
suor!
O vôo
de volta para
Miami foi
ótimo
e a vista
fantástica
– e
fiz questão
de sentar
na janela
novamente!
PS. Desta
vez sai ileso
sem acidentes
com os ouriços.