Normalmente nossas
viagens não
são planejadas
com muita antecedência
- nosso agente
de viagens e
amigo Sidney
Gigliotti às
vezes tem problemas
quando eu ligo
pedindo uma passagem
para Timbuctu
para a semana
seguinte... Foi
o que aconteceu
quando eu pedi
para reservar
uma passagem
para a Nova Zelândia
no dia 20 de
março
para o dia 24.
Provavelmente
foi a viagem
marcada com menos
tempo que já
pedi e isso acabou
causando um problema.
Normalmente eu
tenho vários
dias para me
organizar, preparar
material e agendar
os procedimentos
da viagem, e
para piorar o
dia 20 foi uma
sexta-feira e
a viagem seria
na terça-feira,
eu somente tive
um dia para fazer
tudo. Bem, eu
não olhei
bem a passagem
e pela primeira
vez eu perdi
um vôo!
Eu pensei que
o vôo sairia
às 18:00h
e na realidade
saia às
16:00h - quando
cheguei para
despachar as
malas já
era tarde e tive
que pagar 380
dólares
para remarcar
outro dia. Eu
iria chegar na
quinta-feira
para participar
da feira que
começaria
no dia seguinte.
O vôo de
São Paulo
para Auckland
é bem
longo, pois tem
uma escala em
Santiago do Chile,
além do
que um dia é
perdido ao cruzar
a linha internacional
de data no Pacífico.
Assim eu saí
na quinta-feira
e cheguei em
Auckland no Sábado
- uma viagem
de 26 horas!
Auckland tem
16 horas de diferença
de São
Paulo, mas normalmente
eu consigo me
ajustar facilmente
- claro que fico
exausto no fim
dos primeiros
dias. Cheguei
de madrugada,
às 5 da
manhã.
Peter Poortman
do Shell Clube
de Auckland havia
me passado algumas
opções
de hotéis
próximos
ao show. Escolhi
um que pudesse
caminhar até
lá, Pakuranga
Motor Lodge Motel
(http://www.pakuranga.co.nz/)
de propriedade
de Francesca
Choi, que gentilmente
me deixou entrar
mais cedo no
quarto para que
eu pudesse tirar
uma soneca antes
de ir ao centro
de convenções
onde a feira
se realizaria.
Fui muito bem
recebido pelo
clube (http://members.tripod.com/~nz_seashells/),
e ao me registrar
alguns dias antes
fui informado
que todas as
mesas estariam
ocupadas, mas
ao chegar lá
uma mesa me foi
cedida por Heather
Smith. A feira
teve visitação
intensa, tanto
de colecionadores
de vários
países
como de turistas.
Após a
feira no sábado
o clube ofereceu
um leilão,
organizado por
Martin Walker.
De lá
fomos a um restaurante
onde as exposições
premiadas receberiam
os respectivos
troféus.
Na segunda-feira
pela manhã
peguei um vôo
para Dunedin
na Ilha do Sul
onde iria coletar
com meu amigo
Andrew Grebeneff.
Dunedin (maori:
Otepoti) é
a segunda maior
cidade da Ilha
Sul da Nova Zelândia
e a principal
cidade da região
de Otago. É
a nona maior
cidade em população
do país,
com 111.565 habitantes
(2008), a maior
em tamanho a
quinta maior
área urbana
da Nova Zelândia.
Por razões
históricas
e culturais e
pela sua localização,
Dunedin é
considerado um
dos quatro centros
principais do
país,
embora Hamilton
tenha mais população.
A cidade encontra-se
nas colinas e
vales que rodeiam
o Porto de Otago.
O porto e as
colinas são
o que resta de
um vulcão
extinto. É
nesta cidade
que se encontra
a Universidade
de Otago. (fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dunedin
)
Assim que cheguei
à casa
do Andrew e me
instalei, fomos
jantar com sua
família,
sua esposa Kala,
filha Karishma
e o filho Aden.
Kala nasceu em
Fiji, de família
Indiana - ela
preparou nos
dias seguintes
diversas receitas
indianas à
base de curry,
todas deliciosas!
Na terça
pela manhã
saímos
bem cedo para
coletar, embora
a maré
baixa fosse somente
às 3 da
tarde. Fomos
a Bridge Point
onde encontramos
várias
Patellas nas
rochas. De lá
seguimos para
o sul da praia
de Te Hakapureirei
e coletamos diversas
Pholdadidea dentro
de rochas, além
de alguns Trochidae
e Buccinidae.
Quando a maré
estava bem baixa
fomos a Warrington
onde encontramos
muitas espécies
como Scutus
breviculus,
Diloma bicanaliculata,
Turbo smaragdus,
Buccinulum
vittatum littorinoides,
um exemplar vivo
de Haliotis
australis
e várias
outras. No caminho
de volta paramos
em um mangue
onde coletamos
Amphibola
avellana
e alguns Diloma
com abertura
amarelada.
Na manhã
seguinte fomos
a uma praia próxima
à casa
do Andrew - que
ele nunca havia
ido, Black Head.
Nas pedras encontramos
muitas Diloma
nigerrima,
uma população
albina de Buccinulum
vittatum
littorinoides
e alguns Haliotis
Iris mortos
mas em bom estado.
Embora Diloma
nigerrima
seja abundante,
é virtualmente
impossível
encontrar alguma
variação
de cor - todas
são negras.
Mas eu encontrei
um exemplar albino!
Acabei dando
ao Andrew pois
ele nunca havia
visto um exemplar
assim. Após
minha boa ação
eu virei outra
pedra e encontrei
um exemplar laranja!
Procuramos por
outros exemplares
coloridos, mas
não encontramos
mais nenhum.
Quando a maré
baixou fomos
a Pulling Head,
dentro da baía
de Otago. Coletei
várias
espécies
como Atalacmaea
fragilis,
Diloma aethiops,
Trochus viridis,
Bittium exile,
Turritella
roseus,
Sigapatella
novaezelandica,
Xymene convexus,
Aulacomya
ater maoriana,
Modiolarca
impacta
(dentro de seu
´casulo´construido
com bisso) e
o Andrew encontrou
um exemplar vivo
de Argobuccinum
tumidum.
Esta viagem foi
bem diferente
de minhas últimas
onde eu mergulhei
na maior parte
do tempo, em
Dunedin a coleta
foi só
na faixa de maré
o que me fez
agachar e levantar
centenas de vezes.
Eu não
estava preparado
fisicamente -
após dois
dias coletando
eu mal conseguia
andar.... pelo
menos acho que
perdi algum peso!
Na quinta-feira
dirigimos a Long
Beach, ao norte
de Dunedin. Não
encontramos muitos
bivalves na praia
como pensávamos,
mas havia muitas
Patellas, uma
Siphonaria
bem grande (Benhamina
obliquata)
e algumas Maurea
punctulata
vivas em uma
poça de
maré!
Escalamos algumas
pedras e chegamos
a Pilot Point
onde havia Turbo
smaragdus
maiores do que
eu já
havia visto.
Em meu ultimo
dia de coleta
fomos a Goat
Island, onde
estive com o
Carlos Henckes
em 2006. Achamos
Lepsiella
scobina albomarginata,mais
Patellas e Acmaeas.
Na areia encontramos
Mesodesma
subtriangulata,
Dosinia anus
e Chione
stutchburyi.
Assim que a maré
vazou fomos para
o outro lado
da praia onde
escalamos algumas
rochas para chegar
às poças
de maré
onde encontramos
Margarella
antipoda rosea,
um par de Cookia
sulcata,
Cellana ornata,
Lepsithais
lacunosus
e Buccinulum
vittatum littorinoides.
Eu estava mal
acostumado pelas
águas
quentes do Caribe
- em Dunedin
a água
era bem fria,
quase como se
tivesse cubos
de gelo boiando!
Ao menos não
tive nenhum acidente
de mergulho -
nem quedas nas
pedras. Tivemos
que escalar em
locais relativamente
perigosos e uma
queda seria bem
desagradável,
principalmente
pelo fato de
que poderia terminar
dentro da água!
No dia da minha
volta acordei
cedo para embalar
o material, eu
havia limpado
as peças
maiores, e clorado
algumas outras
o que diminuiu
bem o ´parfum´
exalado normalmente
de minhas malas
(aliás,
gostaria de agradecer
à esposa
do Andrew por
ter tido paciência
com a bagunça
na casa...).
O Andrew me levou
ao Aeroporto
onde eu pegaria
um vôo
para Auckland
e de lá
para o Chile.
Desta vez a viagem
foi um pouco
mais curta, só
22 horas. Bem,
saí de
Auckland no sábado
às 18:30h
e cheguei em
São Paulo
no mesmo dia
às 19:00h,
só meia
hora depois!
Nota: Se pretender
viajar pela LAN
Chile ou pela
Pacific Blue
não leve
mais que 7 quilos
na bagagem de
mão. Eles
me fizeram remover
o excesso e carregar
em outra sacola
- até
me sugeriram
transferir para
a mala que eu
estava despachando,
mas eu expliquei
que não
havia espaço
sobrando nem
para uma escova
de dentes!